O homem fala da mulher. É assim que começa o livro “Anarquistas, graças a Deus” de Zélia Gattai. Seu marido, Jorge Amado, é o autor do prólogo da obra que fala do desabrochar da escritora Zélia. Apesar de ser casada com um escritor, a autora não escreveu desde sempre, “batia a máquina” para o marido apenas, mas não criava os textos.Zélia demorou a começar a escrever, mas logo se deu conta de que tinha muita história pra contar. É, aliás, daí que nasce o livro. Incentivada pela família, ela resolve escrever todas aquelas histórias que contava em casa, e que histórias! O cotidiano de uma família de imigrantes italianos numa São Paulo que recebia um fluxo enorme dessa população, as influências que eles trouxeram da terra natal e o convívio que tinham com outros imigrantes renderam tanto que Zélia escreve nos contos do livro toda a sua infância.As histórias são fascinantes, pois, além de revelar uma porção de curiosidades sobre a cidade paulistana daquela época, nos leva a esse cenário da imigração. Em um conto do livro, Zélia e as irmãs acham no guarda-roupa dos pais, documentos de emigração deles e resolvem perguntar aos pais e ao avô materno a história da vinda da família. Descobrem que o pai, Ernesto Gattai, veio para o Brasil depois de ficar sabendo sobre a Colônia Cecília – uma pequena colônia anarquista fundada em Palmeira, no Paraná, que acabou durando pouco, fazendo com que a família viesse morar em São Paulo.Essa é uma característica marcante dos personagens (reais) desse livro: eram bastante ativos politicamente, dado que reforça a imagem do italiano dessa época, o indivíduo que preza pelos seus direitos, fortalece a luta. Agora o título faz sentido!Mais do que deliciar com histórias encantadoras, “Anarquistas, graças a Deus” se mostra uma obra interessante, pois afinal, a Alameda Santos na qual Zélia Gattai morava é a mesma que existe hoje, as ruas do Bixiga, os bairros do Brás e Barra Funda, pelos quais andou a família Gattai e mais um bocado de italianos!


Foto: Blogger

L'uomo parla della donna. Così comincia il libro "Anarchici, grazie a Dio", di Zelia Gattai. Suo marito, Jorge Amado, autore del prologo dell'opera che parla della fioritura della scrittrice Zélia. Nonostante si sia sposata con uno scrittore, l'autrice non ha scritto da sempre, "batteva alla macchina" per suo marito, ma non creava i testi dapprima.Dopo molto tempo, Zelia ha cominciato a scrivere, ma ben presto si rende conto che aveva un sacco di storia da raccontare. E è inoltre così che nasce il libro. Incentivata dalla sua famiglia, decide di scrivere tutte quelle storie che raccontava a casa, e che storie! La vita quotidiana di una famiglia di immigrati italiani a San Paolo, che riceveva un enorme flusso di persone provenute dall’Italia, le influenze che hanno portato dalla loro terra, la convivenza con altri immigrati erano così interessanti che Zelia scrive nel libro di racconti tutta la sua infanzia.Le storie sono affascinanti, perché oltre a rivelare un sacco di curiosità sulla città di San Paolo in quel periodo, ci porta a questo scenario delll'immigrazione. In un certo racconto, Zelia e sue sorelle trovano nel amardio dei suoi genitori i loro documenti di emigrazione e risolvono chiedere a loro e anche al suo nonno materno di raccontargli la storia del loro arrivo. Scoprono che il padre, Ernesto Gattai, è venuto in Brasile dopo aver saputo dellla Colonia Cecília – una piccola colonia anarchica fondata a Palmeira, in Paraná, che poco tempo dopo si è sciolta. In questo momento, la famiglia viene ad abitare a San Paolo.Questa è una forte caratteristica dei personaggi (reali) di questo libro: sono stati molto attivi politicamente, e per quest motivo rafforza l'immagine dell'italiano di quel tempo, l'individuo che lotta per i suoi diritti, fortifica la lotta. Adesso il titolo ha senso!Più che soddisfare con le storie incantevoli, "Anarchici, grazie a Dio", è un lavoro interessante, perché dopo tutto, l'Alameda Santos, via in cui Zelia Gattai abitava è la stessa che esiste oggi, le vie del Bixiga, i quartieri di Brás e Barra Funda, per i quali ha camminato la famiglia Gattai e anche un sacco di italiani!

Postar um comentário

  1. Baixei dia desses em meu EBOOK esse livro maravilhoso, que alias tenho ele impresso também comprei ele em 1986 quando trabalhava de office boy nas ruas da cidade de são Paulo, cidade onde nasci, assim como Zélia Gattai,tambem tenho origens italiana, meu avo materno nascera na Calábria,se instalaram na cidade de garça (interior de São Paulo antes de fixar residência na cidade de SP. Estou me emocionando muito com as histórias que me faz lembrar de minha infância na periferia de são Paulo que era muito semelhante com a que descreve, ruas de terra com difícil acesso quando chovia, meu pai assim como seu Ernesto estava ligado diretamente com os automóveis, afinal sempre trabalhou nas indústrias automobilísticas instaladas em São Paulo e no ABC, meu pai apesar de ser filhos de espanhóis também foi um anarquista e participou ativamente dos movimentos grevistas e de protestos contra o regime militar principalmente no final dos anos 70. Me emociono muito com seu conto de memórias da saudosa Zélia, que bom se pudéssemos viver eternamente, mas infelizmente a vida é assim, estamos apenas de passagem e Deus nos dá apenas a concessão de vivermos um período neste mundo e depois nos leva para junto dele, os pioneiros da família gattai agora ficam apenas na saudade e na recordação de um tempo que não volta jamais.

    ResponderExcluir

 
Top